Foi com relutância, incredibilidade e enorme tristeza que tomei a decisão de denunciar publicamente a irresponsabilidade, desrespeito e falta de educação de alguns cidadãos de nossa cidade, com que vêm atendendo e tratando os nossos “Recenseadores do IBGE“ para o SENSO de 2010.
Custou-me acreditar quando me contaram, sobre certas atitudes menos dignas tomadas pelos cidadãos da nossa comunidade face á visita dos recenseadores do IBGE, principalmente por saber do empenho dos meios de comunicação (Imprensa; TV e Rádio) Estaduais e Regionais, principalmente da RÁDIO AQUARELA, na divulgação do censo e no pedido feito á comunidade para acolherem bem e apoiarem os recenseadores.
Porém, tive a oportunidade de, num bairro de classe média e de habitantes supostamente cultos, educados e bem informados, confirmar pessoalmente a veracidade dos pressupostos boatos que tinham chegado ao meu conhecimento. Assisti e presenciei o descaso, o desrespeito, a falta de educação e de sensibilidade de habitantes da nossa comunidade de idade madura que além de se recusaram a receber e a fornecer dados á recenseadora, foram além, fazendo piadas de mau gosto e críticas de menosprezo com conotação política (nada a ver). Vi as lágrimas aflorarem aos olhos da recenseadora, respeitável senhora de cabelos branqueando, ao afastar-se acompanhada da risada jocosa de nossos concidadãos.
Aproximei-me, tentando suavizar a atitude que presenciei e aplacar a amargura da senhora que encolheu os ombros, como se dissesse “pode deixar” ou “não tem problema” e me contou que já era a quarta vez que tentava entrevistar aquela casa durante toda a semana e nunca tinham tempo ou disposição para atendê-la. Ou tinham visitas, ou bem estavam dormindo, ou fazendo alguma refeição e não tinham tempo a perder. Deixara um lembrete escrito, marcando um horário para a entrevista neste dia de fim de semana que afirmaram ser o mais oportuno. Como não pode fechar o seu setor e passar adiante sem completar as visitas, prontificou-se a efetuar a entrevista no fim de semana. Deixou a família e veio a pé cumprir sua obrigação, mas não foi ainda desta vez que conseguiu levar a bom termo a sua missão. Disse-me que iria voltar a tentar, pois dependia do seu trabalho: “Tenho que tentar, pois eu preciso”. Também me contou outras situações absurdas pelas quais já passou desde o início do seu trabalho. Pediu desculpa, pois tinha mais uma visita de retorno, despediu-se e seguiu até a próxima casa.
Bateu palmas e foi atendida por uma moradora mais nova. Cumprimentou, apresentou-se e Identificou-se, apesar de seu colete com crachá e foto e boné do IBGE serem bem visíveis e perguntou-lhe se podia responder á entrevista ou indicar quem o pudesse fazer. A moradora respondeu que já o fizera na véspera para outra recenseadora que passara e não o faria novamente. Respeitosamente a recenseadora lhe respondeu que quem passara no dia anterior tinha sido ela mesma e não fizera a entrevista por não ter sido atendida. Abruptamente a moradora perguntou-lhe se a estava chamando de mentirosa, pois tinha certeza do que dizia. A recenseadora respondeu-lhe que em cada setor só havia um recenseador e que devia ser confusão já que apenas ela podia entrevistar naquele setor. Perante a agressividade da moradora, pediu desculpa, agradeceu e se afastou.
Que vergonha eu senti de meus concidadãos, pelas suas atitudes.
O SENSO é periódico e tem lugar a cada 10 anos com o objetivo de melhorar as condições de vida das populações.
Busca obter dados e informações que permitem ás autoridades conhecer o número de nascimentos e de óbitos na comunidade e de habitantes que compõem a população, divididos por idade; sexo; estado civil; tipo de habitação; nível de alfabetização educação; formação acadêmica e profissional; profissão; situação profissional; situação familiar; condições de vida e saúde da população e orientam as empresas interessadas em investir, sobre a distribuição de verbas e de rendas, situação econômica e carências do município e sua população.
A atividade do SENSO é atualmente regulamentada por lei específica e a ela, todos nós cidadãos, temos o dever de submeter-nos.
Os RECENSEADORES são cidadãos locais, funcionários temporários do IBGE, selecionados entre os desempregados de nossa comunidade que se submeteram a rigoroso concurso, freqüentaram e foram aprovados em cursos específicos para recenseadores.
Foram recrutados com a missão de entrevistar a nossa população, pesquisando as atuais condições de vida e situação, os anseios e necessidades prementes de cada elemento da nossa sociedade, visando melhorias para o nosso povo e comunidade.
Procuram merecer um salário, embora por curto período de tempo, que lhes permita contribuir para as necessidades familiares.
Cumprem diariamente, dias a fio, muitas vezes sem descanso e exaustivamente, a estóica tarefa de palmilhar beco por beco, ruela por ruela, ruas e avenidas de nossos bairros, debaixo de um sol escaldante ou de chuva, no intuito de cumprirem com a missão que lhes foi determinada, dentro dos prazos preestabelecidos.
Podem ser até: filhos; pais; irmãos ou familiares de cada um de nós, ou de algum de nossos amigos.
SEJAMOS EDUCADOS
RESPEITEMOS QUEM BUSCA HONESTAMENTE O SUSTENTO PELO SEU TRABALHO
A EDUCAÇÃO E O RESPEITO SÃO HUMANOS E SÓ DIGNIFICAM QUEM OS PRATICA
Yur Saiednac
Cidadão de Barra Velha